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OPEN CALL #0

Atualizado: 18 de out. de 2023

ONDE ESTÃO AS MULHERES?




Apesar de sermos pelo menos metade da população mundial, a nossa existência, contributos e memória continuam a ser suprimidos nas narrativas históricas oficiais. Esta prática, comum a todas as áreas do saber e do fazer, e que consiste também em um gesto de violência simbólica, resulta das estruturas patriarcais, coloniais e misóginas sob as quais vivemos.

Na historiografia da arte, como aponta Linda Nochlin no seu ensaio “Why Have There Been No Great Women Artists?” (1970), a aceitação inconsciente do ponto de vista do homem-branco-ocidental como sendo o ponto de vista genérico histórico, automaticamente aceite e validado, é um claro exemplo da perpetuação epistemológica desta violência. O mesmo acontece na arquitetura, tanto na prática como nas formulações teóricas e históricas. Não são poucos os exemplos de supressão, distorção ou silenciamento do contributo feminino, basta olharmos para o caso de Lilly Reich ou Eileen Gray ou Denise Scott Brown; ou para o próprio ensino académico da disciplina pautado pelo culto da personalidade (masculina).

Assim, o combate ao silenciamento histórico das mulheres vem, desde o séc. XIX, ganhando urgência e expressão dentro dos movimentos feministas. Mulheres de distintas áreas - das ciências às letras e artes - têm se unido no sentido de contrariar as tendências historiográficas totalizadoras nas quais não nos vemos representadas. No contexto da arquitetura contemporânea, esta iniciativa foi/é levada avante por várias arquitetas, entre elas Zaida Muxi Martinez, autora de “Mujeres, Casa y Ciudades: mas all


a del umbral” (1ª edição 2018), um dos livros pioneiros da historiografia da arquitectura e do urbanismo com perspectivas feministas. Na sua obra Muxi rebate a falsa ideia da “não participação/existência das mulheres” na vida e nos espaços públicos através de uma releitura crítica da historiografia:

“ (...) hay y ha habido mujeres en la esfera pública, y es necesario volver a mirar, a releer, para encontrarlas y encontrarnos”*(Muxi Martinez, 2018)

Partindo desta necessidade de releitura e reescrita crítica, coletiva e inclusiva dedicamos o nº 0 da nossa Revista Lina ao tema “Onde estão as Mulheres?” para lançar o desafio a todas as mulheres e pessoas que tenham interesse em contribuir com a sua proposta de historiografia alternativa.


Aceitamos contribuições em formatos diversos: ensaios, artigos acadêmicos, composições artísticas, dedicados à reflexão sobre “Onde

estão as Mulheres?” na história da arquitetura, na prática da arquitetura, no ensino da arquitetura, nos usos da arquitetura, na encomenda, na vivência do espaço público, no urbanismo...

Consulte abaixo os parâmetros de formatação. No caso de dúvida pode nos contactar via revista.archlina@gmail.com, assunto “Open Call - Dúvidas”


Lets make Herstory!

Equipa Editorial Revista Lina




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* PÉREZ-MORENO, Lucía C (ed.). Perspectivas de género en la Arquitectura. Primer Encuentro. Madrid. Abada Editores, 2018, p. 83


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