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"Cini Boeri. Um Quarto Só Seu."

Atualizado: 18 de out. de 2023

por Annamaria Prandi


Resumo

O artigo procura conjugar vida e obra de Cini Boeri, falecida recentemente, de maneira que o seu papel como um ante litteram feminista na história da arquitectura e da sociedade italiana seja realçado.



 


Title: Casa Quadrata, La Maddalena. Author: Paolo Rosselli


Cini Boeri nos deixou em 9 de Setembro de 2020. Boeri foi uma arquiteta de longa e brilhante carreira, e de um carisma encantador. A razão de seu sucesso entre nós explica-se pela maneira como soube compreender o que significava ser uma mulher do seu tempo e mundo, ao mesmo tempo que soube libertar-se destes entraves e olhar para o futuro. Isto se deu graças a sua sensibilidade perspicaz estimulada sempre que convocada a inserir vida na arquitetura, o que fazia através de uma dedicada atenção aos detalhes, uma perspectiva ampla, e uma capacidade de percepção, aparentemente, modesta mas incisiva da vida tanto dos indivíduos como da sociedade. Esta consideração das necessidades dos habitantes de suas criações, além de sua capacidade de compreender, apoiar e antecipar mudanças nas várias esferas da sociedade, seja individual, familiar, ou coletiva, é o que concede originalidade aos seus projetos mais significativos. Espaços práticos, alegres, íntimos, precisamente medidos, inventados para necessidades que nunca antes haviam sido ditas em voz alta, como o sonho e a introspecção.



Ser mulher significa imaginar o projeto a partir de uma sensibilidade feminina, em termos dos seus aspectos estéticos, funcionais e qualitativos, mas também em termos de experiência e duração. Devemos, de fato, lembrar que a arquitetura que nos rodeia e contém a vida humana pode ajudar-nos a viver melhor. Mesmo que o projeto não nos lembre se somos mulher ou homem.[1]

Maria Cristina Mariani Dameno, conhecida carinhosamente como Cini (de picinin, termo milanês que significa "pequeno") por ser a mais nova de três irmãos, nasceu em Milão numa família de classe média em 1924. A sua mãe, que a própria Cini recordava como sendo emocionalmente frágil mas extremamente influente, educou os seus filhos nos meios da liberdade de pensamento e do anticonformismo. As suas figuras paternas eram ambíguas, e, no entanto, afetuosas. Cini foi criada tanto por um pai adotivo, presente e terno, como por um biológico, complexo e carismático, que a seguiu durante toda a sua infância, mas só se revelou mais tarde.


Em 1943, para escapar dos bombardeios, sua família refugiou-se, como muitos outros milaneses, no Lago Maggiore. Durante estes meses de ansiedade e longas caminhadas, Cini por vezes encontrava-se com Giuseppe De Finetti, um expoente importante da arquitetura racionalista italiana. Ela lhe confessou que havia se inscrito na Universidade Politécnica de Milão, mas não encontrou em De Finetti palavras de encorajamento. Ao contrário, ele a aterrorizou com as dificuldades daquela profissão que consumia tudo, dizia-lhe que o ofício era demasiado duro, mais adequado a homens.


Podemos compreender a ressalva de De Finetti, dado o contexto cultural da década de 1940. A Itália, que sempre foi um país tradicional, e estreitamente ligado à Igreja Católica, estava ressurgindo após vinte anos de fascismo, que, por sua vez, tinha reduzido as mulheres ao lar. Vale a pena recordar como Mussolini comentou sumariamente a questão em 1927:


Mulheres devem obedecer. Isto não é artificial, é um fato. Teriam as mulheres alguma vez, durante todos estes séculos, feito arquitetura? Eu peço a ela que me construa um barracão, não um templo. Mas ela não pode. Ela é estranha à arquitetura, que é a síntese de todas as artes, o que é indicativo do seu destino.


As palavras de De Finetti foram apenas as primeiras de uma longa série de desencorajamentos, que marcaram a vida de Cini Boeri, muitas vezes oferecidos de forma paternal por pessoas próximas a ela.

Mas esses desincentivos não só serviram para galvanizar a sua determinação, como testemunham a dificuldade enfrentada por toda uma geração de mulheres que tentavam afirmar-se por direito próprio em várias profissões no período imediatamente posterior à guerra.


Durante os longos meses às margens do lago, Cini trabalhou enquanto mensageira entre os partigiani. Foi então que conheceu Renato Boeri, um estudante de medicina, e comandante da brigada. Os dois apaixonaram-se e casaram ao fim da guerra. As suas testemunhas foram Ferruccio Parri e Raffaele Cadorna, protagonistas históricos da luta de libertação e do futuro cenário político da Itália. Ao retornarem a Milão em 25 de abril de 1945, encontraram uma cidade mutilada pela guerra, porém repleta de entusiasmo pelo futuro. Sob este contexto, Cini Boeri retornou para estudar Arquitetura na Universidade Politécnica de Milão. O ensino ainda influenciado pela retórica fascista tornava a vontade de engajamento de Boeri hesitante. Ainda assim, se formou em 1951 com Piero Portaluppi. Esperando por ela, fora da Academia, com seu marido estava seu filho, Sandro, com apenas alguns meses de idade.

Ao longo das duas décadas seguintes, Cini e seu marido estiveram no centro da vida cultural de Milão. À época, Milão era, sem dúvida, uma cidade viva. Uma cidade à qual Boeri sempre se sentiu, profundamente, pertencente, e da qual nunca saiu. Pode-se dizer que toda sua vida gravitou em torno da Piazza Sant'Ambrogio.



Entrei na Piazza Sant'Ambrogio quando criança, segurando a mão de minha mãe, e nunca a deixei. Cresci em uma casa de tijolos anexa ao complexo da Basílica onde meu pai trabalhava. Mais tarde, mudei-me para o outro lado da praça, para uma casa projetada por Asnago e Vender. Abri meu estúdio ao lado.[2]

A dupla alma de Milão – uma empreendedora, outra intelectual – podia ser encontrada nos bares, teatros e livrarias. Os artistas e escritores mais enérgicos, como Piero Manzoni e Nanda Vigo, Luciano Bianciardi e Lucio Fontana, se encontravam no Bar Jamaica. O Piccolo Teatro, fundado por Giorgio Strehler e Giorgio Grassi, tornou-se o eixo aglutinador para muitos arquitetos e profissionais do drama. Mas foi na livraria da Via Manzoni de Vasco Aldrovandi, conhecido por todos por seu nome partisano, Al, um amigo muito próximo de Cini, onde todos se sentiam bem-vindos, italianos ou estrangeiros. A livraria era o verdadeiro centro cultural da cidade, um clube de esquerda confiante de sua hegemonia cultural. Este mundo ainda era inteiramente masculino, mas Cini Boeri o atravessava com facilidade, consciente, entretanto, de que o papel da mulher era geralmente periférico e não central. Em uma entrevista, Cini lembrou-se de ser frequentemente chamada de Sra. Boeri, uma atitude presunçosa que permeou sua carreira profissional, enfatizando apenas sua posição social, sempre subordinada a seu marido. Diziam: "a Sra. Boeri é tão adorável", ou, "come-se tão bem na casa da Sra. Boeri", o espelho de uma esquerda progressista só em parte. Ou como naquela vez quando Gregotti disse, em uma conferência, ao convidar Cini ao seu lado: "Vou agora passar você para a Sra. Boeri", eliminando de fato qualquer reconhecimento dela como arquiteta. Esta atitude a acompanhou ao longo de sua vida, e a ela, Cini reagia com polidez e sarcasmo. Sua tão desejada reputação só viria ao fim: entrevistas, publicações e prêmios como o Compasso d'Oro pelo trabalho de sua vida, recebido aos 87 anos de idade.


2. Title: Cini Boeri and Gio Ponti, 1955. Author: unknown/Archivio Cini Boeri.

Voltemos ao início. Após um breve aprendizado com Gio Ponti – cujo afeto natural foi acompanhado por tentativas desajeitadas de dissuadi-la de seguir uma carreira na arquitetura, tentando motivá-la para as artes mais gentis do design e da pintura – Boeri começou a trabalhar com Marco Zanuso. Os projetos em que pode trabalhar no estúdio de Zanuso lhe cabiam melhor, e exploravam a psicologia feminina. Um desses projetos era um lar para mães solteiras em Lorenteggio (1955). O assunto era delicado: não raro, as jovens mães vinham de um ambiente hostil onde estavam isoladas, como se em castigo. O instituto as acolheu, ajudando-as a deixarem a degradação e guetização a elas destinadas. Neste projeto, Boeri tentou entender o estado de espírito destas mulheres, junto aos seus filhos, oferecendo-lhes espaços acolhedores, interiores altamente coloridos, móveis organizados para planejar o espaço, e um pouco de privacidade, calor familiar e dignidade. Esta atenção tanto ao contexto social quanto à psicologia dos habitantes, à dinâmica interpessoal e a uma esfera, simultaneamente, prática e imaginativa, são temas que percorrem projetos posteriores, particularmente, aqueles dedicados à moradia.



Estes foram os anos de bonança. Milão tinha a maior taxa de mulheres empregadas na Itália. Embora, estas fossem esmagadoramente trabalhadoras de escritório, de fábrica ou assistentes de loja, todas jovens e, o mais importante, todas solteiras, porque, no início dos anos 60, o casamento poderia levar à rescisão legal do contrato de trabalho de uma mulher. As mulheres arquitetas, magistradas, advogadas, profissionais em geral, eram raras e tinham pouco contato entre si. Ambicionavam independência econômica, mas não estavam interessadas em demandas sociais. Foi Franca Helg quem a persuadiu a abrir seu estúdio antes que ela se tornasse dispensável no escritório de Zanuso, quem, após doze anos de intensa colaboração, respondeu com rancor a sua partida: "Você não tem culhões para trabalhar em sua vitória." Estávamos em 1963. Cini Boeri abriu seu próprio estúdio de arquitetura na Piazza Sant'Ambrogio.




3. author: Gabriele Basilico/Archivio Gabriele Basilico title: Casa Rotonda, La Maddalena

4. author: Gabriele Basilico/Archivio Gabriele Basilico title: Casa Rotonda, La Maddalena

Alguns anos depois, o cunhado de Cini a encomendou uma casa de veraneio na ilha de Maddalena. Foi crucial a Boeri, identificar a melhor localização, assim, partiu para a ilha, e tendo alugado um pequeno barco motorizado circum-navegou todo o lugar até encontrar o local ideal na baía de Abbatoggia, um sítio remoto de beleza pungente e selvagem, cujas rochas de granito desvaneciam-se no mar. A casa, conhecida como La Rotonda, emergia do solo insular como uma elegante mas incomum vila, tendo vista para o mar, forma circular e uma planta extremamente sofisticada. Um conjunto de quartos para a família e um para os hóspedes, distintos e autônomos, envolvia a casa um pátio central que, protegido do vento, que funcionava como um espaço de encontro. Nesta primeira casa, encontramos o leitmotiv de todas as suas criações residenciais posteriores, e que encontra seu auge na residência que Cini Boeri decidiu construir na mesma baía para ela e seus três filhos.


5. author: Gabriele Basilico/Archivio Gabriele Basilico title: Casa Quadrata, La Maddalena

6. author: Gabriele Basilico/Archivio Gabriele Basilico title: Casa Quadrata, La Maddalena

7. author: Gabriele Basilico/Archivio Gabriele Basilico title: Casa Quadrata, La Maddalena

Ela havia se divorciado recentemente, e a planta desse novo buen retiro foi muito bem fundamentada pelas novas demandas familiares. Cini construiu uma casa moderna para uma família moderna, na qual se garantia com a mesma firmeza a autonomia dos habitantes e a alegria do convívio. Enquanto La Rotonda tem uma elegância particular, o Bunker (como se referem a casa em Maddalena, devido a sua aparência severa e sua cor cinza escuro incomum) é angular e assenta-se como um objeto estranho na encosta de granito que leva até a praia. A casa tinha uma disposição quadrangular, com quatro quartos, cada qual com um banheiros em suas quinas, uma porta para o exterior que permitiria aos habitantes se deslocarem discretamente, e outra levando à sala de estar central. Neste espaço, onde as pessoas se reúnem como um átrio romano, ocorria a vida familiar. Este átrio elaborado foi construído com degraus e assentos, e uma vista dupla: uma em direção tanto à cozinha como à sala de jantar, tendo ao fundo as montanhas, coberta por uma enorme parede de vidro que revelava o pátio e se dirigia ao mar. Uma casa introvertida que protege a intimidade familiar e simboliza seus valores. A casa aparece como um corpo estranho na praia como, talvez, Cini Boeri tenha aparecido para muitos.




8. author: unknown/Archivio Cini Boeri title: Casa Quadrata, La Maddalena

1969 viu a criação da Casa nel Bosco, perto de Varese. A disposição da casa – a dizer, uma casa de veraneio – foi fragmentada para evitar a derrubada de qualquer bétula da floresta ao redor, criando, assim, uma série de órgãos autônomos a serem utilizados por vários membros da família e hóspedes. Os espaços alimentavam a intimidade, com grandes janelas onde se podia observar a paisagem até perder-se a vista, e talvez si mesmo, ao menos, metaforicamente. Uma construção fluida, não rígida como a casa quadrada em Maddalena, articulada internamente com diferentes níveis e paredes de madeira deslizantes que dividiam os espaços. E, como sempre, há uma sala grande e central, no caso, talvez, melhor descrita como centrípeta devido à força que exerce como elemento agregador, como podemos ver em seu layout e na disposição de seus móveis, com múltiplos sofás dispostos em círculo, convidando os habitantes da casa a se envolverem em conversas.




9. author: Giancarlo Sponga/Archivio Cini Boeri title: Casa nel Bosco, Osmate



10. author: unknown/Archivio Arflex title: Poltroncine Pecorelle, 1979


Foram nos anos 70 que Boeri projetou os objetos de design que a tornaram famosa: desde as três versões da poltrona Bobo (as versões jovem, madura e psicanalítica) até as icônicas cadeiras Botolo e Botolino, sem esquecer Lunario, Gradual System, Serpentone, Pecorelle e Strips, o sofá-cama que lhe rendeu o primeiro Compasso d'Oro. Estes são objetos sacrílegos, dos quais a Serpentone, talvez, seja o mais emblemático. Um sofá feito a metro e que permanece na imaginação coletiva do design desde 1971, quando uma longa serpente cinza foi carregada pelo distrito de San Babila, em Milão, em um enorme showroom.



Um material dúctil e precário, usado exatamente como é produzido. Uma serpente sobre a qual descansar e de baixo custo. Foi isto que pedi à Arflex, apresentando o primeiro protótipo, que havia sido feito à mão em meu estúdio. Era pedir muito à empresa, que tinha produzido o Bobo cinco anos antes com o orgulho de um pai cuja criança é um prodígio, no entanto, inexperiente. A Serpentone foi criada para um público já não mais habituado ao sofás e assentos de veludo, um público que sabe olhar para a necessidade e não para o supérfluo, um público que trocou suas gravatas por jeans azul. Estou pensando nos jovens, porque os velhos – não os que são legais, mas os que escolheram este estado – entenderiam completamente mal esta cadeira e as ideias por trás dela..[3]


Cini nos propôs usar e nunca possuir. Após um incrível lançamento de marketing, Arflex decidiu não colocar a Serpentone em produção, ela continuou sendo um protótipo. Um artigo escrito por Cini Boeri na Ottagono [4] sobre a mudança de ritmo necessária para a indústria de móveis consolidada na época, ainda hoje permanece relevante. Coragem é necessária quando se decide não seguir o mercado simplesmente, mas se educar sobre um uso e um modo de vida mais informados, fundamentados na liberdade de uso e não na propriedade. E ela cita Karl Marx: A produção não apenas produz um objeto para o sujeito, mas também um sujeito para o objeto, e fornece não apenas um material para a necessidade, mas uma necessidade para o material.




11. author: unknown/Archivio Arflex title: Serpentone, 1971

Em 1980, foi publicado um pequeno manual de design, escrito por Cini Boeri, chamado "As dimensões humanas da casa"[5]. Ele explora o tema do espaço mínimo habitável e coloca a questão: se a casa deve se adaptar a uma sociedade em transformação. Ela também tenta entender como as escolhas que informam um bloco de apartamentos caros também podem ser aplicadas a um bloco mais barato.


Anos depois, em 1986, uma grande exposição com curadoria de Mario Bellini foi inaugurada na Trienal de Milão, intitulada "O Projeto Doméstico - Casas Humanas: Arquétipos e Protótipos". A exposição tinha duas seções paralelas, uma teórica, que percorria a história da vida doméstica no mundo ocidental, e a outra inteiramente baseada em projetos. Pouquíssimas mulheres foram convidadas a participar, entre elas, Zaha Hadid, muito jovem. Boeri apresentou o projeto de uma casa para um casal. Ela interpretou as dimensões da casa como dimensões psicológicas. Em vez de planejar um modelo baseado na fusão de dois indivíduos, ofereceu um fundamentado em sua autonomia. Nele, tanto os espaços de partilha como os de reflexão individual são alternados. O casal deve sempre ter a possibilidade, mesmo em uma casa pequena, de exercer sua livre escolha para viver juntos.


Sem que os dois indivíduos tenham que se fundir, para se integrar no conceito tradicional de família. Eu separei as duas vidas diárias, dando-lhes um nome. Projetei um filme sobre acoreógrafa alemã Pina Bausch que apresentou muitos trechos do espetáculo Kontakthof, onde a peça de dança explora a luz e as sombras da relação entre homens e mulheres, a fragilidade desta relação..[6]


Na época, vários jornais escreveram que Cini Boeri era uma assassina de casamentos.

Na verdade, o projeto confirmou mais uma vez que, na vida de um casal, a partilha deve absolutamente ser seguida pela independência, e que a família não é simbiose, mas união de autonomias.

Qualquer abordagem da casa, independentemente do valor econômico atribuído a ela, faria bem tendo em mente o seguinte:

- geralmente são duas pessoas que decidem viver juntas, e é correto que continuem sendo duas, sem impulsos recíprocos de fusão e mimese;

- a liberdade individual de ambos é o único valor garantido para assegurar um bom, ou pelo menos suficiente entendimento que dure mais de três meses;

- a privacidade de certos momentos, ações, períodos de trabalho ou relaxamento garante o respeito recíproco;

- a possibilidade de manter um pouco da própria vida para si mesmo, sem dá-la inteiramente ao próprio parceiro, favorece o desenvolvimento independente de ambos e sua compreensão da realidade, e deixa a convivência das outras partes da vida como questões de desejo e livre escolha;

- impor paridade total de responsabilidade na gestão do lar evita situações de desânimo e irritação que às vezes podem levar ao ódio recíproco.[7]


Cini Boeri ofereceu novos espaços a indivíduos e, muitas vezes, novas interpretações de espaços já existentes, como quando ela fez da cozinha uma responsabilidade compartilhada, da sala um canto de criatividade e do quarto um lugar de sonho e amor. Se estas descrições podem nos fazer sorrir hoje, a ideia de uma casa ou de uma vida considerada diferente continua, no entanto, a ser convincente. Ficamos nos perguntando se conseguimos ou não garantir um quarto próprio.[8]


 

Referências


[1] - Cini Boeri, in Guccione, 2012.


[2] - Cini Boeri, in Avogadro, 2004.


[3] - Cini Boeri, 1971.


[4] - Cini Boeri, 1973.


[5] - Cini Boeri, 1980.


[6] - Cini Boeri, in Avogadro, 2004.


[7] - Cino Boeri, 1978.


[8] - A woman must have money and a room of her own, if she is to write fiction, in Woolf, A Room of One's Own, Hogarth Press, 1929.


 

Autora: Annamaria Prandi graduou-se em Arquitetura pelo Istituto Universitario di Venezia. Desde 2006 lidera junto com Andrea Vescovini Ludens, escritório de arquitetura com sede na Itália. Desde 2017 leciona e pesquisa como assistente científica na Cátedra de Arquitetura e Design Jan De Vylder na ETH Zurich, onde atualmente é editora da série de livros Carrousel Confessions Confusion e da série de palestras Seven Questions juntamente com Jan De Vylder. Ela é membro do Parity Group ETH Zurich. Annamaria vive e trabalha em Zurique, CH.


 

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